sexta-feira, dezembro 22, 2006

CONCLUSÕES DA XXXI ASSEMBLÉIA PASTORAL DA PRELAZIA DE COARI
A história da evangelização em nossa Prelazia é rica e muito bonita, cheia de avanços e muitas conquistas, conseguida sempre com muito suor e lutas. Por isso, cada momento é vivido com muito proveito e muita dedicação de cada um que vai ajudando a escrever um pouco desta história. A Assembléia Pastoral também é uma oportunidade de nos ajudar a fazer o teçume do tupé da Evangelização nesta Igreja particular, no Médio Solimões.
Durante os três dias que estivemos reunidos como Conselho de Pastoral Prelatício, avaliamos os projetos das Pistas de ações Evangelizadoras da Prelazia, analisamos a realidade das condições vividas pelo povo nos municípios que compõem a Prelazia de Coari. Também fizemos um estudo da Campanha da Fraternidade sobre a Amazônia, para vermos os principais aspectos que a CF-2007 trará para as nossas discussões.
Na avaliação das Pistas de Ações Evangelizadoras pudemos constatar o seguinte:
· Conquistas que os projetos nos proporcionaram como: as assembléias urbanas e rurais, já assumidas como estilo de trabalho nas paróquias; o dízimo que está vigorando em todas as paróquias, com o qual devemos ter o cuidado de não exagerar; experiências fortes como a posse de Dom Joércio e as Santas Missões Populares em várias paróquias; formação promovida, tanto em âmbito paroquial quanto prelatício, que estão servindo de estímulo às lideranças; as Assembléias da Prelazia e o Boletim da Prelazia.
· Como um terreno fértil, já podemos colher os resultados de nossa SEMEADURA como os boletins paroquiais, as atividades vocacionais, a organização das atividades sociais que começa a ser mais sentida e onde há certos ensaios como seminários sobre saúde pública e gravidez precoce de adolescentes e fóruns, preparação da Campanha da Fraternidade.
· Existem ainda muitos DESAFIOS a serem superados como pouca gente disponível para assumir as atividades paroquiais; o desafio de dar continuidade aos projetos; planejar a partir da realidade; fazer um calendário para fixar certas atividades na vida das pastorais e das comunidades.
Nossa Análise de Conjuntura levou em consideração três aspectos: o Período de Campanha Eleitoral; o Período Pós-eleição e a Construção do Gasoduto Coari-Manaus.
No primeiro aspecto constatou-se:
· Momento eleitoral visto como oportunidade de emprego, até mesmo para agentes pastorais;
· O envolvimento de agentes pastorais nas campanhas eleitorais que acarretou como conseqüência o seguinte: o atrapalho no serviço pastoral, falta de tempo para as pastorais, o que causa carência de pessoas para ajudar na comunidade; fofoca, divisão e intriga entre os agentes; dependência da prefeitura e de certos candidatos; paixão pelos candidatos, chegando até a endeusá-los; o silêncio diante das injustiças por promessas de emprego; medo de protestar por medo de perder o emprego.
· Devido à falta de consciência política, ocorre: incentivo à corrupção eleitoral como compra de voto; desperdício do dinheiro público; abuso do poder; abuso sexual de menores; perseguição política; nomeações para cargos públicos de pessoas sem condições de exercê-los; a reeleição de candidatos envolvidos em escândalos; o não-cumprimento das leis do TRE; falta de fiscalização e acompanhamento dos que foram eleitos para cobrar nossos direitos; falta de senso comunitário; destruição do patrimônio público; o desconhecimento de nossos direitos garantidos pela Constituição Federal; o uso de meios ilícitos; estado de saúde, educação, moradia e emprego, precários; falta de conhecimento dos projetos dos candidatos.
· O processo eleitoral trouxe alguns benefícios com relação à infra-estrutura, ações assistencialistas e os empregos temporários.
No segundo aspecto, observa-se que já foi dada a largada para as próximas eleições aos cargos de prefeitos e vereadores; a perda de emprego devido a não acompanhar o candidato do prefeito e o isolamento de alguns municípios com relação a recursos, porque o candidato não teve a maioria de votos naquele local.
Com relação à Construção do gasoduto Coari-Manaus, ficou constatado o seguinte:
1. O descumprimento das cláusulas contratuais, onde percebemos as audiências públicas com presença da população, mas sem o espaço para os mesmos expressassem suas idéias e questionamentos; a manipulação dos ribeirinhos por meio de advogados que os fizeram assinar documentos sem o devido conhecimento dos contratos assumidos; o povo não foi preparado para a chegada das empresas com suas máquinas, etc.
2. Os Impactos Sociais e Ambientais são vários, a começar pelo aumento da exploração sexual infantil e da prostituição; divulgação de materiais pornográficos; aumento do homossexualismo; crescimento do uso e do trafico de drogas; volta de doenças às cidades devido à abertura de clareiras; e o inchaço populacional.
No estudo da Campanha da Fraternidade de 2007 sobre a Amazônia, que tem como lema “Vida e missão neste chão”, vimos na apresentação do texto base:
1. Questões ambientais: devastação da floresta, ameaça à biodiversidade, ocupação das terras de forma desordenada e predatória;
2. Situações humanas e questões sociais: agressão aos indígenas em suas terras e a sua cultura, crescimento caótico dos centros urbanos, conflitos de terras, falta de estrutura e serviços públicos, perda das riquezas humanas e culturais; 3. Presença da Igreja: ações dos missionários e missionárias no anúncio do Reino e na defesa dos povos indígenas e ribeirinhos; 4. CF-2007: o grande desafio é promover a fraternidade efetiva com as populações amazônicas; defender e promover a vida na Amazônia; defender o meio-ambiente.
Esta realidade vista na Assembléia Pastoral nos dá pistas para nossa ação pastoral em 2007.
(A Coordenação de Pastoral)

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