BILHETE
É tempo de novos tempos.
As águas de maio marcam o fim da enchente. Se ela ainda continuar em junho, será pouca coisa. Esse ritmo da natureza é bem conhecido por nós amazônidas. Apesar de estar sendo colocada de pernas para o ar, algumas ações da natureza ainda se mantêm na mesma.
A estrutura da natureza pode nos ensinar muita coisa, uma delas é de seu ritmo. Quando construímos um ritmo, criamos disciplina e a disciplina nos ajuda a irmos a muitos lugares, principalmente na fundamentação de nossos valores.
Conseguimos colocar de pernas para o ar a natureza e nossos valores. Estamos perdendo o ritmo, a disciplina e os valores. As chuvas de maio, as águas de maio são sinais, avisos do que temos que fazer. Retomar ritmos, tomar nas mãos a história como disciplina para beber a água do sabor dos valores humanos.
Sem a beleza dos valores humanos só o material parece dar sentido a nossa vida. O dinheiro compra tudo, até mesmo nós e quando agimos dessa forma, tornamo-nos objetos e perdemos a condição de imagem e semelhança de Deus. E essa perda é irreparável e o preço é nossa desumanização. Assim, agimos mais pelos sentidos que pela razão e pelo amor, condições divinas
Faz-se necessário na fé, pedir do Espírito Santo o dom do discernimento para irmos percebendo os sinais das águas de maio, elas podem estar querendo nos dizer para que “não tenhamos medo, pois o Cristo está conosco”. Só assim saberemos superar a tentação do egoísmo e da ganância, pois neste, o ter prevalece. É o material como único valor da vida e a morte é o fim.
São as águas de maio anunciando uma nova mudança, sinal que o verão está chegando. É o nosso tempo onde o egoísmo e a ganância tentam dominar nossos projetos de vida; pedindo, gritando por novas opções, onde o Cristo seja o centro de nossas decisões.
Pe. Zezinho
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